PERCIVAL SCHUTTENBACH

“Ćwierć wieku muzyki”

Capa do álbum Ćwierć wieku muzyki de Percival Schuttenbach

Há nomes que parecem forjados pelo próprio destino. Quando os polacos Percival Schuttenbach escolheram o seu nome, há 25 anos, inspirados num personagem secundário dos livros de Andrzej Sapkowski, não imaginavam que estavam a traçar o seu próprio caminho épico. Hoje, após se tornarem a alma sonora do aclamado jogo The Witcher 3, lançam “Ćwierć wieku muzyki” (Um Quarto de Século de Música). E que ninguém se engane: isto é muito mais do que um álbum de aniversário ou uma banda sonora. É o culminar de uma jornada, uma obra-prima que celebra o passado enquanto olha, de forma desafiadora, para o futuro.

Desde os primeiros segundos de "Ciemność" (Escuridão), somos engolidos por uma atmosfera densa, quase palpável. A produção de Marek Dziedzic é simplesmente monumental, dando a cada instrumento o seu próprio espaço para respirar e brilhar. O álbum é um organismo vivo que oscila entre a beleza melancólica e a fúria pagã. Em "Panie lasu" (Senhoras da Floresta), os cânticos ritualísticos e a percussão tribal transportam-nos para o coração de uma floresta antiga, evocando a crueza de Heilung. Logo depois, a faixa-título explode num folk metal contagiante, onde as melodias tradicionais eslavas se entrelaçam com riffs de metal progressivo complexos e pesados, numa mestria que poucos conseguem alcançar.

O verdadeiro trunfo deste disco é a sua capacidade de contar histórias sem precisar de palavras. Para quem conhece o universo de The Witcher, ouvir "Dol Blathanna" (Vale das Flores) ou a épica "Miecz przeznaczenia" (Espada do Destino) é uma experiência arrepiante. No entanto, a música é tão poderosa que se sustenta sozinha, criando as suas próprias lendas. É um álbum que exige ser ouvido de auscultadores, em total imersão, para captar cada detalhe, cada nuance, cada sussurro.

“Ćwierć wieku muzyki” é a prova definitiva de que Percival Schuttenbach não é "a banda de The Witcher". Eles são os arquitetos de um universo sonoro próprio, e este álbum é a sua catedral. Uma obra obrigatória, não só para fãs de folk metal, mas para qualquer um que aprecie música feita com alma, paixão e uma maturidade técnica que só 25 anos de estrada podem conceder. Absolutamente essencial.

Avaliação

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