Os Opium tem origem num projeto
embrionário que teve início com músicos amadores em fase de aprendizagem, todos
muito jovens, sob o nome inicial de S.M.O.G. (Supreme Machine of God - por
extenso). O embrião deste projeto nasceu de jam sessions realizadas nas horas
fora de serviço de um restaurante no Funchal. No entanto, o grupo acabou por se
dispersar, e alguns dos membros integraram outras bandas da Madeira, incluindo
os próprios Opium.
Fábio Pires e Luís Visinho Macedo fizeram parte desse projeto inicial e, mais
tarde, viriam a se reencontrar nos Opium. A formação inicial da banda incluiu
Duarte Severim (bateria), Luís Visinho Macedo (guitarra), Sérgio Moniz (baixo)
e, após a necessidade de ter um vocalista, Fábio Pires foi convidado a ocupar o
posto. Todos os membros não só partilhavam o gosto pela música, mas também
frequentavam a mesma escola e até a mesma turma.
Os Opium, embora tenham iniciado os ensaios em 1993, só foram formalmente
fundados quando escolheram o seu nome mais tarde nesse mesmo ano. Influenciados
inicialmente por bandas como Pearl Jam e Alice in Chains, os primeiros anos
foram de aprendizagem e experimentação musical. A busca por um segundo
guitarrista levou à entrada de Ricardo Teixeira, completando assim o quinteto
inicial.
O primeiro concerto que a banda faz é na escola Secundária Dr Ângelo Augusto da
Silva, no Funchal, um miniconcerto que lançou a banda para as lides musicais da
Madeira. Mais tarde deu-se um concerto com um reportório mais vasto junto à
praia do Funchal (antigo Vagrant) como banda de suporte a um evento de moda, mas
que não colheu boas críticas.
Após este início desafiador, com um concerto negativamente recebido pela
crítica, a banda recolheu-se por cerca de um ano. Esse período foi crucial para
o crescimento e aprimoramento musical e acabou por ter efeitos nos concertos
seguintes, uma época em que os Opium cresceram muito, não só como músicos, mas
também ganhando uma falange de apoiantes que os seguiam para todos os eventos.
Concertos marcantes com milhares de pessoas, por coincidência, na mesma praia do
Funchal, por duas vezes distintas, granjeou os Opium como uma força do rock
regional. A banda prosseguiu com concertos, sempre dentro das limitações
geográficas e de oportunidades que a Madeira "oferecia", tendo inclusive aberto
a primeira parte da banda Incognita, à data a mais conhecida banda de metal
regional já com alcance nacional. Da relação positiva com os Incognita, a banda
começa a evoluir no seu som procurando composição mais hard rock e progressiva.
Os Opium consolidavam-se como uma força do rock regional.
Durante este período, os Opium candidatam-se ao concurso musical Antena 3 Rock,
organizado pela Rádio RDP Antena 3 Madeira em 1997, sendo um dos três
selecionados para o concerto final. Embora tenham alcançado o 3º lugar, esse
evento resultou na primeira gravação oficial da banda, a música "Cidade",
escrita por Fábio Pires em homenagem à vida boémia do Funchal. Este tema
tornou-se uma espécie de hino da cidade entre a juventude funchalense, ganhando
algum destaque nacional ao ser transmitido nas TVs nacionais SIC e RTP, tendo
inclusive feito parte da banda sonora de um festival de cinema no Teatro
Baltazar Dias.
A evolução musical da banda, agora influenciada por bandas como Dream Theater e
Pink Floyd levou a uma sonoridade mais progressiva e complexa. No entanto, essa
mudança acabou por levar à saída do vocalista Fábio Pires, que que estava de
mudança para Lisboa. O grupo enfrentou um período turbulento, de quase meia
década, passando por três vocalistas diferentes e com as saídas de Ricardo
Teixeira e Sérgio Moniz. Assim André Perdigão (baixo) e Evy Fernandes (voz) e
Pedro Visinho acabam por integrar a banda, marcando uma mudança na sonoridade em
busca de uma abordagem mais melódica. Uma era marcada por alguns concertos e
alguma indefinição.
Após a saída de Evy Fernandes para prosseguir estudos académicos em Portugal continental, Fábio Pires que havia regressado à Madeira após ausência no continente por cinco anos, acaba recusando a oportunidade de fazer parte dos Outer Skin (outra banda histórica da Região) para aceitar o convite de regressar como vocalista dos Opium. O quinteto dos Opium fica assim completo novamente, marcando um período fértil com uma sonoridade moderna e alternativa com traços de rock progressivo. Num período em que os Opium conheceram mais uma mudança no elenco com a saída de André Perdigão e mais um regresso, desta vez de Sérgio Moniz (baixo e teclas), a banda investiu na gravação de dois singles e na versão acústica de seu repertório para apresentações mais intimistas, uma aposta ganha que levou a muitos convites para eventos, atuações na RTP Madeira e culminou num dos maiores concertos da história da banda, abrindo para Marcelo D2 na Calheta, perante mais de 15 mil espectadores.
Após uma pausa criativa em 2015, com 22 anos de carreira, os Opium interromperam temporariamente suas atividades, sem nunca terem retornado ou declarado o fim da banda. A trajetória da banda é marcada por altos e baixos, experimentação musical, evolução constante e uma base de fãs leal que os acompanhou ao longo dos anos.
"O nosso Obrigado especial ao Fábio Pires pela partilha uma grande abraço meu amigo"